Esculturas na Lavandeira
J. PAULO COUTINHO
Doze artistas plásticos do movimento Land Art - dez portugueses e dois catalães - estão a efectuar intervenções no Parque da Lavandeira, em Gaia. No curso das próximas semanas, deverão construir ali dez instalações. Naquela que poderá ser considerada a primeira exposição organizada de Land Art em Portugal, participam os portugueses Cristina Ataíde, Luís Pinheiro, Meireles de Pinho, Paulo Neves, João Castro Silva, Joaquim Pombal, Marisa Alves, Fernando Saraiva, Ângelo e Moisés Tomé. A Catalunha está representada por Josep Mates e Carlets. A expressão Land Art, também conhecida como Earth Art ou Earthworks, reúne diversas formas de expressão artística que usam como matéria-prima o terreno natural. É trabalhado com materiais exclusivamente naturais e em absoluta observância das regras da ecologia, de modo a criar uma obra de arte. Devido às dificuldades que a sua concretização apresenta, os projectos de Land Art não vão, muitas vezes, além da fase conceptual, nunca chegando a ser construídos. Não é o caso da iniciativa operada no Parque da Lavandeira, onde as instalações permanecerão de forma definitiva, assegurou, ontem, à agência Lusa, Maria Carvalho Araújo, responsável do Parque Biológico de Gaia, que gere o espaço. Após a conclusão das obras haverá, em data a designar, uma conferência que marcará a inauguração oficial deste conjunto de arte, cuja construção poderá ser testemunhada, entretanto, pelos visitantes do parque. "A ideia é que esta iniciativa se repita de dois em dois anos neste ou noutros espaços que tenham as condições necessárias", sublinhou a responsável pelo Parque. A Land Art surgiu no fim da década de 60, como resultado do interesse crescente pelas questões ligadas à ecologia em paralelo com a insatisfação com a deliberada monotonia cultural introduzida pelo minimalismo.
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