quarta-feira, abril 11, 2007

Agência LUSA 2007-04-03

Doze artistas constroem obras de Land Art no Parque da Lavandeira, em Gaia
Doze artistas plásticos pertencentes ao movimento Land Art - dez portugueses e dois catalães - estão a efectuar intervenções no Parque da Lavandeira, disse hoje à Lusa a directora do Parque Biológico de Gaia, Maria Carvalho Araújo.
Participam nesta iniciativa, que se pode considerar como a primeira exposição organizada de Land Art em Portugal, os portugueses Cristina Ataíde, Luís Pinheiro, Meireles de Pinho, Paulo Neves, João Castro Silva, Joaquim Pombal, Marisa Alves, Fernando Saraiva, Ângelo e Moisés Tomé, enquanto a Catalunha está representada por Josep Mates e Carlets.
A expressão Land Art, também conhecida como Earth Art ou Earthworks, reúne diversas formas de expressão artística que usam como matéria-prima o terreno natural, que é trabalhado com materiais exclusivamente naturais e em absoluta observância das regras da ecologia, de modo a criar uma obra de arte.
Devido às muitas dificuldades que a sua concretização apresenta, os projectos de Land Art não vão, muitas vezes, além da fase conceptual, nunca chegando a ser construídos.
Não é o caso desta iniciativa no Parque da Lavandeira, onde os 12 artistas participantes vão construir, nas próximas semanas, dez instalações que ali permanecerão de forma definitiva, disse a directora do Parque Biológico de Gaia, que superintende também o Parque da Lavandeira.
No final da construção destas obras haverá, em data a designar proximamente, uma conferência que marcará a inauguração oficial deste conjunto de obras, cuja construção poderá ser testemunhada, entretanto, pelos visitantes do parque.
"A ideia é que esta iniciativa se repita de dois em dois anos neste ou noutros espaços que tenham as condições necessárias, como o próprio Parque Biológico de Gaia", disse Maria Carvalho Araújo.
A Land Art surgiu em finais da década de 1960, em consequência do aumento do interesse pelas questões ligadas à ecologia e da crescente insatisfação com a deliberada monotonia cultural introduzida pelo minimalismo, apresentando-se como expressão do desencanto com a sofisticada tecnologia da cultura industrial.
O conceito estabeleceu-se numa exposição organizada em 1968 na Dwan Gallery, em Nova Iorque, e na exposição Earth Art, promovida no ano seguinte pela Universidade de Cornell, também nos Estados Unidos.
Pelas suas próprias características, esta forma de arte não pode ser exposta em museus ou galerias, a não ser através de fotografias.
Agência LUSA

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